Os dias nos presenteiam com causos incríveis. O ser humano na intimidade, transborda e sou da opinião que boas histórias merecem ser compartilhadas, certo? Pois bem, em Caxias do Sul, onde moro, estive numa dessas lojas de revelar fotos, pois precisava imprimir uma, em tamanho extra grande, para compor a contracapa de um livro que será publicado no segundo semestre deste ano, sobre as tirinhas de Luis Fernando Veríssimo.
Comentando sobre o assunto com a ilustre atendente, que trabalhava com afinco na minha foto para deixá-la do tamanho solicitado, o papo flui solto e os segredos começam a vir a tona. Primeiro, ela me diz que ama LFV e que tem um vasto material dele. Na verdade ela já amava o pai, mas tudo bem, é compreensível. Uma linhagem dessas, eu também me rendo. Logo em seguida, partiu para sua outra paixão e não quero dizer nada, mas acredito ser muito maior que as duas primeiras. O verdadeiro dono do seu coração é um poeta. Ninguém menos que Mario Quintana. Peço desculpas ao maridão.
Mas a moça, já com seus quarenta e oito anos, confessou-me que desde pequena mandava cartinhas nos dias em que ele fazia aniversário. Depois passou a enviar telegramas e certo ano – “se não fosse o Van Gogh o que seria do amarelo?” – teceu e mandou-lhe uma bela manta na sua cor preferida. Diria que dispunha por ele um amor daqueles de escola, platônico. O fato é que a menina cresceu e já com seus dezoito completos, estava morando na capital. Era meados dos anos oitenta e ela cursava Artes na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Típica moça da época, cabelos ao vento, saia longa e a esperança de mudar o mundo.
Num belo dia, ao passar pela Redenção, mira aquele céu de outono e lembra…
“Em vão procuro…
mas só vejo de bom, mas só vejo de puro
este céu que eu avisto da minha janela.
E assim, querida,
eu te mando este céu, todo este céu de PortoAlegre
e aquela nuvenzinha
que está sonhando, agora, em pleno azul!”
Sente-se a própria nuvem e decidida, resolve conhecer o poetinha. Toma coragem e dirige-se até o hotel, no centro da cidade, onde Mario, já com certa idade, morava. Adentra a recepção e pergunta se pode vė-lo. Surpresa, descobre que ele recebe as pessoas para uma conversa, para um olhar. Seu coração dispara. O recepcionista liga para o quarto e explica a situação a Elena, sobrinha de Mario. Ela assente, mas pede alguns minutos para ele se arrumar e dirigir-se até a sala, como de costume.
Nossa protagonista então, começa a suar frio. As pernas estão bambas. O recepcionista a indaga se está tudo bem. Ela afirma com a cabeça. Mas nada está bem. O coração acelera mais e mais. Ela coloca as mãos no rosto e se entrega ao choro. Sente-se ínfima demais para conhecer alguém tão grandioso. Sente-se pequena diante daquele que alimentou sua criancice e sua juventude. Sente que não poderá continuar ali por muito tempo. Estende o braço com a mão firme em sinal de pare e avisa ao rapaz do hotel que não poderá esperar. Aos prantos, agora, foge daquela recepção, daquele momento. Prefere não mexer nas coisas como estão. Prefere deixá-lo no pedestal de seus pensamentos. Deixá-lo grande. Deixá-lo platônico, como no bilhete:
Adorei, quando dei por mim, já não me via mais no meu quarto e também não te via ali na historia, eu estava totalmente envolvida com aqueles três personagens tão cheios de vida e amores. Amei, acho que teus leitores querem mais!
Claudia Tajes (Livro Transbordei)
Transbordei é título de romance e também uma tradução da própria autora, que se transborda em palavras, frases e histórias pelos capítulos deste livro. Ideias transbordando a cada página, para sorte dos leitores.
Rubem Penz (Livro Transbordei)
Com doçura, Cris Lavratti nos oferece um toque de magia: nessa narrativa, as personagens se erguem das páginas e surgem para nós como que em 3D, inteiras, com muita verdade. Transbordantes.
Só acredito nos personagens que dançam, na pista literal ou na deslizante metáfora... Você vai se sentir na pista do bar Ocidente, clássico de POA, ouvindo a trilha da sua adolescência e prestes a engatar um amor do tipo coração selvagem
Três amigos, destinos diferentes, caminhos que se cruzam. O livro fala das angústias da solteira de 30 e poucos anos, do sedutor que não consegue amar e da casada em crise. Dramas comuns que emocionam. Pra ler em uma sentada, rir e identificar-se
Laura Rangel (Livro Transbordei)
Transbordei de satisfação. O livro é leve e solto, sem dramatismos, nem densidades exageradas. Com realismo e a leveza de uma escrita enxuta, a autora nos apresenta uma história de amor entre mulheres bem atuais e bem resolvidas.
Lu Ruas (Livro Transbordei)
TRANSBORDEI é uma história do cotidiano de três amigos. Cris escreve sobre a jornada deles de uma maneira simples e informal, com personagens verdadeiros. É fácil se identificar com cada dificuldade e conquista.
Juliana Della Giustina (Livro Transbordei)
Acabo de ler e AMEI, parece que me dei um recreio, intervalo de escola. Ficou um gostinho de quero mais, tô sentindo falta das gurias, elas são daqui, dançam lá no Ocidente, tomam café na Barbi e chimarrão... Quando vai ficar pronto o próximo?
Fernando Aguzzoli - O neto
Nunca fui fã de crônicas, mas um entusiasta das palavras. Depois de ler as crônicas da Cris, percebi que na verdade gosto e as vivo, apenas não sabia como denomina-las. A Cris tem essa facilidade: traduz nossas vidas com simplicidade e atitude.
Deixe uma resposta