A efemeridade da vida se confirma em cada partida e em cada retorno. Somos feitos de pó, o pó distraído que viaja no tempo e se renova ao amanhecer para se dissipar ao cair do dia.
Do pó viemos ao pó voltaremos, já diz o ditado. E se assim o é, motivos têm de sobra para permanecer por séculos e séculos. Essa é nossa única certeza: o fim.
Por mais que a passagem choque e doa, ela se repete e repete até chegar em mim. Eu também passarei um dia, para um dia voltar aqui.
E assim se faz a vida, na constância da emoção mórbida e vivaz. Nascemos para a morte e morremos para a vida. É tudo mera questão de ponto de vista.
O sentimento foi de vazio. Ao adentrar aquele lugar, que costumamos ir uma vez por semana. Eu e meu marido, sem nada saber, percebemos. O vazio transbordava por aquelas paredes. Sentamos na mesinha do canto e um moço veio nos atender. O moço e o vazio.
Como quem não quer nada, antes mesmo de fazermos o pedido, a notícia ele nos deu. O Senhor Mulita, dono daquela pizzaria tão querida, poucas quadras aqui de casa, se fora, a exatos trinta dias. Ele partiu, fez a passagem, renasceu do lado de lá e o vazio ficou.
Uma lágrima saltou dos meus olhos e outra do doce olhar azul do meu companheiro. Paramos, estáticos, o tal choque era o culpado. A mente passeou por dias atrás e buscou as memórias de outrora, buscamos aquele homem em nossos pensamentos. Nos entreolhamos, olhamos para o genro que com carinho fazia o melhor, mesmo por trás da expressão abatida.
Fizemos o pedido. A espera doía com o silêncio e o vazio. A família ali se desdobrava para manter tudo no lugar e assim estava, tudo perfeito. O acolhimento, a pizza, o sabor, a cerveja gelada. Tudo no lugar e mesmo assim o vazio participava, o vazio e a falta daquele que colocou a alma ali. O vazio já tinha se apresentado mesmo longe da notícia.
A efemeridade confirmada mais uma vez. Do pó ao pó. Noutro dia o sorriso do Sr. Mulita enchia o lugar, e agora, o nada, ele não estava mais lá. Sentimos falta. Mas a alma daqueles que ali permanecem vai preencher os espaços, porque o amor os move e isto ficou claro. Herança do pai. A força da hereditariedade. O resto é efemeridade.
Adorei, quando dei por mim, já não me via mais no meu quarto e também não te via ali na historia, eu estava totalmente envolvida com aqueles três personagens tão cheios de vida e amores. Amei, acho que teus leitores querem mais!
Claudia Tajes (Livro Transbordei)
Transbordei é título de romance e também uma tradução da própria autora, que se transborda em palavras, frases e histórias pelos capítulos deste livro. Ideias transbordando a cada página, para sorte dos leitores.
Rubem Penz (Livro Transbordei)
Com doçura, Cris Lavratti nos oferece um toque de magia: nessa narrativa, as personagens se erguem das páginas e surgem para nós como que em 3D, inteiras, com muita verdade. Transbordantes.
Só acredito nos personagens que dançam, na pista literal ou na deslizante metáfora... Você vai se sentir na pista do bar Ocidente, clássico de POA, ouvindo a trilha da sua adolescência e prestes a engatar um amor do tipo coração selvagem
Três amigos, destinos diferentes, caminhos que se cruzam. O livro fala das angústias da solteira de 30 e poucos anos, do sedutor que não consegue amar e da casada em crise. Dramas comuns que emocionam. Pra ler em uma sentada, rir e identificar-se
Laura Rangel (Livro Transbordei)
Transbordei de satisfação. O livro é leve e solto, sem dramatismos, nem densidades exageradas. Com realismo e a leveza de uma escrita enxuta, a autora nos apresenta uma história de amor entre mulheres bem atuais e bem resolvidas.
Lu Ruas (Livro Transbordei)
TRANSBORDEI é uma história do cotidiano de três amigos. Cris escreve sobre a jornada deles de uma maneira simples e informal, com personagens verdadeiros. É fácil se identificar com cada dificuldade e conquista.
Juliana Della Giustina (Livro Transbordei)
Acabo de ler e AMEI, parece que me dei um recreio, intervalo de escola. Ficou um gostinho de quero mais, tô sentindo falta das gurias, elas são daqui, dançam lá no Ocidente, tomam café na Barbi e chimarrão... Quando vai ficar pronto o próximo?
Fernando Aguzzoli - O neto
Nunca fui fã de crônicas, mas um entusiasta das palavras. Depois de ler as crônicas da Cris, percebi que na verdade gosto e as vivo, apenas não sabia como denomina-las. A Cris tem essa facilidade: traduz nossas vidas com simplicidade e atitude.
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