Tão grande é a força que sublima nossos maiores quereres, que postamo-nos de pés firmes diante de nossas vontades. E arrebatados pelo objetivo, acabamos não percebendo as nuances do depois.
Cair em si? Não. Pois estamos fixos. Arregalados. Braços cansados. Costas largas. Afinal, remamos e remamos num oceano azul e cheio de obstáculos, com tubarões e moreias. Mas também com sereias e golfinhos para acalentar a jornada.
E quando finalmente a flecha do destino nos brinda com a vitória, inebriados pelo porre do sucesso, esquecemo-nos de degustar e saborear cada pedacinho do êxito.
Nossa mente, traiçoeira, mergulha nos boicotes mais comuns aos quais a humanidade é submetida há séculos. É preciso estar conectado com a divindade para evitar as armadilhas.
Expectadores de nós, não temos a noção do quanto podemos nos frustrar. Isso porque no decorrer da vida, com todas as facilidades que apresentam-se instantâneas, perdemos a consciência da valorização.
No fim das contas, saber apreciar, deixar que o tempo se encarregue de colocar as coisas no lugar, viver o dia a dia de cada querer alcançado, sem cair na mesmice do mais e mais e mais é o que torna a vida bela, cheia de encantos.
Nesse mundo nada fica fora do lugar por muito tempo. O entendimento de que o caminho é importante já é lucro, mas acima disso, saber curtir o que vem depois da linha de chegada, com os altos e baixos, com o coração vibrante é o paraíso.
Eu te convido a embebedar-se de todos esses momentos para abastecer a alma de vida nova.
Crônica publicada no portal Negócio Feminino.
Deixe uma resposta