Tenho pra mim que a madrugada é fugaz. Ela guarda consigo muitos segredos, alguns medos, anseios, algumas alegrias e amores. Percebo um tanto de prazer e um muito de lágrimas. O silencio da escuridão pode ser amigável, ou então um martírio. Os pensamentos ganham impulso em sua companhia, voam tão longe por sonhos ou pesadelos que acabamos por nos confundir com o aquilo que é e não é realidade.
Tenho pra mim que a madrugada é uma grande brincalhona. Ela esconde a luz, ilude nossos ouvidos, traz a tona sensações de perigo, inquietude, calafrios. Mas também pode trazer apenas descanso, travesseiro e aconchego. Dependendo do estado de espírito ela ganha força por volta das quatro da manhã e bate em nossas portas mais íntimas, nos arranca da inocência, arranhando nossa visão e nos enforcando com suposições.
Tenho pra mim que a madrugada é inusitada, porque apesar de tudo que ela traz, tem hora marcada para chegar ao fim. É como na vida, apesar dos tropeços e das alegrias, das ilusões e das expectativas, das neuroses e das certezas, ela finda com o raiar do sol, com uma cor alaranjada, com um azul inebriante, afastando os “urubus”, adormecendo os morcegos e despertando nossas verdades. A noite cede lugar ao dia e com ele as especulações vão embora, ficam somente os fatos, a luz e o tempo que ainda temos para nos restabelecer com a divindade.
Tenho pra mim que o dia é um presente. Pode começar como um gato preguiçoso, como uma criança sorridente ou como um adulto mal humorado. Pode começar com dor ou com amor. É como se tivéssemos comprado as passagens para o paraíso, uns escolhem ir por um caminho, outros pelo outro. O destino é o mesmo, mas o caminho que leva, não. O cobrador avisa: “peguem seus lugares!” E nós, um tanto certeiros, sentamos nas poltronas designadas e mesmo sabendo o que nos espera pela frente, carregamos uma incógnita: como reagiremos diante do acontecido? Para saber, só vivendo.
Tenho pra mim que o dia é como uma roda gigante, ele tem um tempo certo para completar o ciclo, uns param no topo, outros lá embaixo, mas todos saltam dela mais cedo ou mais tarde. E o sol se despede da mesma forma que volta a brilhar, embaindo nossa alma, nos fazendo acreditar que ainda podemos fazer mais por nós mesmos, mas o tempo se foi. A noite chegou, a lua amarelada lá no alto, até lembra o sol. As estrelas envaidecem a cortina escura como velas acesas, mas não chegam nem perto do astro-rei. Nem a lua é capaz, ela muda de forma de tempos em tempos e cá estamos nós, novamente com a madrugada, torcendo para que ela passe ou aproveitando o que ela nos dá.
No final das contas, acabamos por usá-la como nos convém. Usamos o dia. Usamos a noite. Simplesmente usamos o tempo. Nem todos são assim. Alguns vivem o tempo e não perdem a vida. É o caso daqueles que mesmo nas dificuldades, carregam no rosto um sorriso, no olhar a resignação e nos lábios a sinceridade. São lados da mesma moeda, porém distintos, como aquele comboio com destino ao paraíso, cada um escolhe o caminho que melhor se afina com a alma e segue em frente. “Caminhando e cantando e seguindo a canção”.
Adorei, quando dei por mim, já não me via mais no meu quarto e também não te via ali na historia, eu estava totalmente envolvida com aqueles três personagens tão cheios de vida e amores. Amei, acho que teus leitores querem mais!
Claudia Tajes (Livro Transbordei)
Transbordei é título de romance e também uma tradução da própria autora, que se transborda em palavras, frases e histórias pelos capítulos deste livro. Ideias transbordando a cada página, para sorte dos leitores.
Rubem Penz (Livro Transbordei)
Com doçura, Cris Lavratti nos oferece um toque de magia: nessa narrativa, as personagens se erguem das páginas e surgem para nós como que em 3D, inteiras, com muita verdade. Transbordantes.
Só acredito nos personagens que dançam, na pista literal ou na deslizante metáfora... Você vai se sentir na pista do bar Ocidente, clássico de POA, ouvindo a trilha da sua adolescência e prestes a engatar um amor do tipo coração selvagem
Três amigos, destinos diferentes, caminhos que se cruzam. O livro fala das angústias da solteira de 30 e poucos anos, do sedutor que não consegue amar e da casada em crise. Dramas comuns que emocionam. Pra ler em uma sentada, rir e identificar-se
Laura Rangel (Livro Transbordei)
Transbordei de satisfação. O livro é leve e solto, sem dramatismos, nem densidades exageradas. Com realismo e a leveza de uma escrita enxuta, a autora nos apresenta uma história de amor entre mulheres bem atuais e bem resolvidas.
Lu Ruas (Livro Transbordei)
TRANSBORDEI é uma história do cotidiano de três amigos. Cris escreve sobre a jornada deles de uma maneira simples e informal, com personagens verdadeiros. É fácil se identificar com cada dificuldade e conquista.
Juliana Della Giustina (Livro Transbordei)
Acabo de ler e AMEI, parece que me dei um recreio, intervalo de escola. Ficou um gostinho de quero mais, tô sentindo falta das gurias, elas são daqui, dançam lá no Ocidente, tomam café na Barbi e chimarrão... Quando vai ficar pronto o próximo?
Fernando Aguzzoli - O neto
Nunca fui fã de crônicas, mas um entusiasta das palavras. Depois de ler as crônicas da Cris, percebi que na verdade gosto e as vivo, apenas não sabia como denomina-las. A Cris tem essa facilidade: traduz nossas vidas com simplicidade e atitude.
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